quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Estrelas-do-mar





fotografada em Porto Seguro-BA


As populares estrelas-do-mar são, praticamente, conhecidas por todos. Elas são muito variadas em formato, mobilidade, cores, podendo, como no caso da estrela coroa de espinhos (Acanthaster planci), possuir mais de trinta braços, infelizmente nunca topei com uma e por isto não a fotografei, por curiosidade coloco uma foto que, infelizmente, não consegui recuperar o nome do autor da fotografia que estava disponível no Google Imagens.

Elas são do Filo dos Equinodermos, um Filo quase que exclusivamente marinho e apesar de sua aparência primitiva, abrange os invertebrados mais evoluídos do Reino Animal, sendo encontrado em todos os oceanos do planeta. Este Filo é dividido em cinco classes, uma delas já foi citada anteriormente neste blog que é a classe dos Equinóides, dos quais os representantes mais conhecidos são o ouriço-do-mar e a bolacha-da-praia. No caso das estrelas-do-mar, a classe é a dos Asteróides.

A classe dos Asteróides possui geralmente o corpo dividido em cinco braços a partir de um disco central, com algumas exceções como a da coroa de espinhos. Habitam todos os mares, em profundidades variadas, sendo ativos caçadores, a despeito da maioria das pessoas pensarem que as estrelas-do-mar, devido ao seu movimento um tanto limitado, não seriam predadoras, mas são e muito ativas. Alimentam-se principalmente de moluscos bivalves (mariscos e mexilhões), que abrem suas conchas com a força de seus braços. Não raro são vistas com o estômago pra fora digerindo suas presas.

Em mergulhos pelo Brasil, podemos encontrar muitos tipos de estrelas-do-mar, o que me chamou mais a atenção foram as enormes estrelas-do-mar de cor amarelada, que não consegui identificar a espécie, aliás, perdoe-me leitor, mas não consegui identificar nenhuma no nível de espécie, e as vermelhas de cor muito viva nos corais de Pernambuco, provavelmente se alimentando do próprio coral.



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Primeiros Socorros (segunda parte) - Avaliando a Vítima

Após as caracterizações e generalizações de um início, de um primeiro contato do socorrista com o acidente, deve-se agora passar ao segundo passo, talvez um dos mais importantes: AVALIAÇÃO DA VÍTIMA.
Esta etapa consiste em duas etapas básicas, a avaliação primária e a secundária, que se desdobram em outras etapas cada.
A avaliação primária busca detectar problemas que representem ameaça imediata à vida da vítima e que devem ser prontamente corrigidas/atendidas. Em tópicos:
§         Duração máxima de um minuto;
§         Citação médica/socorrista;
§         Identifique-se à vítima. Faça a citação médica/socorrista: “Eu tenho treinamento em primeiros socorros. Posso de ajudar?”;
§         Verifique o nível de consciência da vítima: uma vez a vítima estando consciente passe para a avaliação secundária, caso contrário peça ajuda;
§         ABC (Abrir vias aéreas, Boa respiração; Circulação).

Em sua avaliação primária verifique a permeabilidade das vias aéreas, particularmente em vítimas inconscientes, o comprometimento das vias aéreas se faz presente à custa da queda da língua, causa mais comum quando a vítima está deitada de costas. Presença de corpos estranhos, restos alimentares, sangue, hematomas, são outras possíveis causas para a obstrução das vias aéreas superiores. Tente fazer a imediata visualização da orofaringe e desobstrução das vias aéreas utilizando a manobra do queixo para cima, testa para baixo.

Em seguida, constate se há boa respiração por meio de ver, ouvir e sentir a mesma durante cinco segundos. Se a vítima não estiver respirando, dê duas insuflações lentas (de 1,5 segundo a 2 segundos) e profundas, observando a expansão torácica. Se houver dificuldade na insuflação, reposicione a cabeça e, a seguir, repita o procedimento de duas insuflações. Em adultos, insufle uma vez a cada 5 segundos no caso de parada da respiração.
Se a vítima estiver respirando, execute o controle da coluna cervical manualmente ou com a utilização de colares cervicais até a exclusão de qualquer lesão, mas sempre suspeitando de lesão na coluna cervical em vítimas inconscientes, tais como dormência, paralisia ou dor na região do pescoço.
Outra etapa da primeira avaliação é buscar sinais de vida: respiração e movimentos torácicos, em caso de dúvida cheque o pulso carotídeo. 



Caso os sinais estejam ausentes, inicie as compressões torácicas, localizando o ponto correto para a compressão torácica na linha mamilar, execute 15 compressões em um ritmo de 100 vezes por minuto. Duas insuflações/15 compressões (atualmente existem outras “contagens” para realizar esta etapa, mas o objetivo principal é garantir a vida da vítima até a chegada do apoio especializado, seja a técnica que for utilizada).
Caso possua um desfibrilador semi-automático portátil próximo á vítima, utilize-o, mas só se for treinado para tal, caso contrário fique nas compressões e insuflações.
A avaliação secundária só tem início quando a primária está completa. Nesta avaliação, a vítima é examinada/avaliada completamente da cabeça aos pés. Dados na história do indivíduo devem ser colhidos e registrados, mas lembre-se que, em muitos casos, apesar da primeira avaliação ter deixado a vítima estável, esta não conseguirá lhe fornecer nenhuma informação. As principais perguntas que devem ser feitas são: “possui alergia?”, “toma medicamentos?”, “alguma doença/histórico relevante, preexistente?”, “líquidos e alimentos? Hora da última refeição?”, “o que está sentindo? Aconteceu alguma coisa antes de passar mal?”, “está doendo? Onde? Como é essa dor?”.
Faça então um exame físico na vítima, realizando inspeção/observação/questionamentos, palpação e ausculta, sendo realizadas cuidadosamente, incluindo: cabeça, pescoço, tórax, abdome, sistema musculoesquelético, neurológico e reavaliação.

sábado, 2 de outubro de 2010

Primeiros Socorros Geral - 1ª Parte




Como Rescue Diver e cidadão, mantenho atualizado meu curso de Primeiros Socorros (PS), o que seria recomendável a todos os cidadãos num país civilizado. Nesta série de prestar socorro em acidentes marinhos, vou escrever sobre as regras básicas e gerais de um atendimento de PS num ambiente generalizado, fora ou dentro da água, os procedimentos são quase os mesmos, as diferenças serão tratadas à medida que a série sobre PS e resgate em mergulhos continue:

Primeiro socorros são os procedimentos iniciais prestados a uma vítima de um acidente que coloque em risco a vida do sujeito, executados por indivíduo treinado, até que a vítima, caso seja necessário, receba atendimento especializado. Tem como objetivos principais manter a vida da vítima e evitar o agravamento de lesões preexistentes. Podem fazer a diferença entre a vida e a morte, reabilitação precoce e a internação hospitalar prolongada, entre sequelas temporárias e permanentes.

REGRAS BÁSICAS:
§        Conheça o serviço médico de emergência responsável pela área de sua cidade (no caso do Brasil fica a emergência pública fica a cargo do SAMU - O SAMU/192 faz parte da Política Nacional de Urgências e Emergências, de 2003, e ajuda a organizar o atendimento na rede pública prestando socorro à população em casos de emergência.);
§         Saiba como acionar o sistema (SAMU no Brasil), conhecendo o telefone, no caso o 192;
§         Aprenda a reconhecer quando existe uma emergência;
§         Ao tomar conhecimento de uma emergência, dirija-se rapidamente ao local;
§        Caso você seja o indivíduo com maior experiência em PS, assuma a responsabilidade até a chegada da equipe especializada;
§         Disponha de um kit de PS;
§         Faça treinamentos regulares para aumentar sua confiança e conhecimentos;
§         Frente ao acidente não se desespere;
§         Não movimente a vítima, salvo quando for absolutamente necessário;
§         Assuma que toda vítima é portadora de doença contagiosa e utilize seus recursos presentes em seu kit de PS como óculos de proteção, luvas, máscara, gorro, avental, etc.;
§         Evite contato direto com a pele, mucosa, sangue, fezes ou qualquer fluido corporal;
§         Evite ferir-se com vidro, ferragens, escombros ou outros objetos cortantes;
§         Mantenha cuidado total com a vítima;
§         Aprenda a remover as barreiras evitando contato com a pele e/ou mucosa;
§         Lave as mãos adequadamente após o socorro;
§        Todo material utilizado deve ser considerado material hospitalar e ser recolhido com cuidados especiais e destinado a local apropriado;
§         Limpe as superfícies contaminadas com desinfetante ou Hipoclorito de sódio (água sanitária) a 5%;
§     Caso suspeite de exposição a algum agente, contate a Secretaria Municipal de Saúde imediatamente.

AVALIAÇÃO DA CENA DO ACIDENTE (o objetivo é preservar a segurança do socorrista e auxiliar no diagnosticadas lesões sofridas pela vítima):
§         Aproxime-se do cenário com cuidado. A sua segurança (socorrista) é a prioridade número um;
§         Considere as limitações de seu treinamento e não se arrisque (não se torne vítima);
§        Faça sinalização e isolamento da área (com o que encontrar no local, como galhos de árvores, por exemplo);
§         Permaneça alerta;
§         Considere perigos desconhecidos que não possam ser neutralizados;
§         Pense na sua autoproteção (utilize sempre seus materiais de proteção);
§         Procure descobrir o mecanismo de trauma;
§        Classifique a(s) vítima(s) de acordo com o número, tipo de tratamento necessário e os recursos disponíveis;
§         Peça auxílio imediatamente;
§         Tente organizar o atendimento com outros voluntários;
§         Caso já exista socorro especializado, ofereça sua ajuda sem interferir no atendimento.

COMO CHAMAR POR SOCORRO (ligue para o serviço de emergência e forneça as seguintes informações):
§         Seu nome;
§         Número de telefone de onde está ligando;
§         Tipo de ocorrência pre-hospitalar;
§         Local exato da ocorrência;
§         Número de vítimas;
§         Problemas encontrados;
§         Ações que foram tomadas;
§         Fale devagar e com muita clareza;
§         Não desligue o telefone antes do atendente autorizar.



quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mergulhando em Porto Seguro-BA, Brazil

mestre da embarcação



Leo - Leonardo (Dive Master)                                                      

                                                                        

                 Daniela                                                                        
                                                                                               Israel 

 Eu (Rescue Diver)


Porto Seguro situa-se na região sul do estado da Bahia e faz parte da costa brasileira conhecida como a costa do descobrimento, onde, historicamente, os portugueses teriam desembarcado no Brasil em 1500. O município conta com as localidades de Arraiald’Ajuda e Trancoso, famosas por suas lindas praias e agitada vida noturna. O local é muito conhecido e visitado tanto por brasileiros como estrangeiros, celebridades do mundo artístico e cultural passeiam tranquilamente pelas calçadas de Arraial.
O melhor ponto para a atividade do mergulho é o Parque Municipal Recife de Fora, criado por lei em 1997 e protegido como área de preservação permanente. Localizado a cinco milhas da costa, ocupa uma área de 17,5 quilômetros quadrados e tem profundidade  média de seis metros. Com máscara e snorkel é possível observar a diversidade marinha da região, que reúne entre 16 e 18 espécies de corais raros, peixes, moluscos e tartarugas. As embarcações partem do Cais da Tarifa, em frente à Passarela do Álcool, e também da Ponta do Mutá, em Santa Cruz Cabrália. A maré não bate muito então os menos sensíveis não tem a necessidade de tomar algo para o enjôo.
Mergulhei por dez dias com o pessoal da Aquaplanet, Rua do Cais, 69 - Centro - Porto Seguro, BA. Telefone (73) 3268-1499.  Empresa credenciada da PADI que pertence a um amigo e que fora recomendada já aqui em Brasília pelo Ricardo.
Os pontos de mergulho no parque são: máscara, ponta do ponteiro, pedra da garrafa, canal, cantinho e outros, como naufrágios que ficam distante do parque.
Comecei o curso de Dive Master por lá, o que pretendo concluir aqui em Brasília. Minhas atividades nas saídas foram desde mergulho de turismo, até acompanhamento de check outs.  
A biodiversidade do local me deixou refletindo sobre como é sensível o nosso meio ambiente, pois constatei que os corais, em geral, fora as exceções dos exuberantes gigantes e galhados, estavam em recuperação, acredito que fruto da ação de ONGs locais que buscam a proteção dos corais especificamente, depois de décadas de depredação com turismo de “quintal”. Os peixes na época que fui, março, não eram grandes, a maioria na fase juvenil, como se fosse uma espécie de “creche” marinha, isto em todos os pontos que fui (20 mergulhos), salvo exceções como enormes lagostas, os parus, mas nada de tubarões, raias, tartarugas ou outra espécie mais procurada.
A profundidade dos mergulhos não passa dos 15 metros, um pouco decepcionante para mim que gosto de mergulhos profundos, mais melhor para a prática de fotografia, o que aproveitei bastante, retornando com mais de mil fotos e vinte filmes. A visibilidade nesta época também não era muito boa, variando de 5 a 10 metros. A temperatura da água ficou entre, o mínimo de fundo em 22ºC e a máxima na superfície de 30º C, ou seja, nada de roupas muito espessas, podendo mergulhar de sunga sem problemas.
Destaque para os pontos de Cantinho – maior biodiversidade em relação aos outros, e ao do Pedra da Garrafa – com formações labirínticas formadas pelos corais e vários túneis para diversão (cuidado com os corais para não machucá-los).
Depois dos dias de diversão e ralação, com direito até a festa de aniversário a este mergulhador (31 de março), óbvio ficar aquela saudade dos amigos que fazemos e as risadas que trocamos por várias situações de mergulhadores de única vez (que fazem o tal batismo e, apesar de nunca mais mergulhar, coloca adesivo da bandeira de mergulho no carro e conta a grande aventura que teve ao descer tantos metros em alto-mar), que geralmente enjoam e/ou entram em pânico e não conseguem mergulhar. Óbvio também que temos que manter a seriedade e calma pra ajudá-los no que for necessário.
Leonardo, chefe da equipe, Nido, capitão da embarcação, Rafael, Israel e Daniela, figuras que deixo aqui o meu abraço e apreço, marcados nas fotografias, com certeza iremos mergulhar mais vezes, noutros pontos ou nos mesmos, mas sempre mergulhando! Caso me lerem, digam ao Nido que cumpri a promessa (risos).




Eu, Rafael, Nido e Israel
no dia de meu aniversário 31/03/2009





terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ouriços-do-mar




O ouriço-do-mar, pertence à classe dos equinóides do filo Equinoderma. Todos os animais deste grupo possuem a pele recoberta por espinhos, de minúsculos a extremamente desenvolvidos, como no caso dos ouriços marinhos. Apesar de sua aparência primitiva, o filo abrange os invertebrados mais evoluídos na natureza. Junto com a classe equinóide, a dos asteróides é muito conhecida pelos leigos e não-mergulhadores, da qual fazem parte as estrelas-do-mar, e na mesma família dos ouriços está as “bolachas-de-praia” muito conhecidas por banhistas.
Os ouriços têm forma de globo, com espinhos longos e numerosos. Arrastam-se pelo fundo, “pastando” os organismos aderidos às rochas. Seus fortes dentes são capazes inclusive de escavar as rochas, criando nichos onde permanece ainda mais protegido. Há variadas formas de ouriço, alguns de espinhos muito longos e finos como os do gênero Diadema, outros de curtos espinhos e corpo em forma de coração como o Meoma ventricosa. Existem ainda ouriços com espinhos arredondados como o ouriço “pistola” (Heterocentrotus mamilatus) que habitam fundos de rocha, coral e areia. Como seus espinhos são internos, ferimentos nesses organismos geralmente causam infecção.
Para mergulhadores existe risco para os mais afoitos ou inexperientes, que, durante a navegação, acabam se espetando com os ouriços, que é bastante comum ao se apoiarem nas pedras do fundo. Ocorre que os espinhos são recobertos por uma fina camada de tecido, e apesar de não serem venenosas, podem provocar inflamação local e reações alérgicas. Os mergulhadores que possuem cursos de primeiros socorros são treinados para este tipo de acidente, que normalmente não requer nada além da remoção do espinho, se ainda estiver preso, limpeza da ferida e aplicação de analgésico caso haja dor, sendo que alguns preconizam a administração de anti-histamínicos logo, para prevenir reações alérgicas severas.
Em meus mergulhos no Brasil, observo muitos ouriços-do-mar, nunca participei de uma operação em que algum mergulhador tivesse se ferido. Eu mesmo já toquei em alguns inadvertidamente enquanto fotografava um peixe, mas nada me aconteceu. Alguns são exuberantes e enormes. São fáceis de serem fotografados devido à sua mobilidade limitada quando em tocas. Sua classificação por espécie é um tanto difícil, devido ao grande número de ordens e famílias distintas, e ocorrem em todo o planeta.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mergulho em Brasília: seja bem-vindo!







            O mergulho no lago Paranoá em Brasília-DF tem duas alternativas de saída, a mais comum, como retrato nestas fotos, se dá diretamente da margem do lago, e a outra, também comum, se dá embarcado, onde encontramos diversos amigos mergulhadores que possuem embarcações, das mais variadas, desde a simples canoa com motor até as moderníssimas lanchas com GPS e outros brinquedos náuticos. Só por curiosidade, Brasília concentra a maior frota náutica por habitante do Brasil, é muita coisa!
            Saída diretamente da margem:
            Existem vários pontos de saída no lago, como por exemplo: do clube do Congresso, na ponte JK, no Pontão, próximo às outras pontes, junto ao clube de golfe, que em cada um deles tem suas peculiaridades. No caso das pontes, há de se ter cuidado com os restos das obras e a profundidade não passa dos 25 metros. Nos clubes, tomar cuidado com as embarcações que passam rotineiramente o dia inteiro, devido à baixa profundidade, não passa dos 15 metros, para evitar acidentes fatais, no do golfe o destaque fica com as bolas de golfe que você pode encontrar às vezes, um “ninho” de bolas, devido aos inexperientes golfistas. Mas é na Barragem que se encontra os dois melhores pontos, o da margem sul e da margem norte, onde podemos ter até 40 metros de profundidade ou mais e são os pontos mais procurados para o esporte e para o lazer de quem não mergulha. Aos domingos, é comum ter dezenas de lanchas e até iates no lado sul da Barragem. Em todos os pontos, nunca mergulhar sem sua bóia de identificação de mergulho.



           Na saída norte da Barragem, encontram-se mais mergulhadores que, aos finais de semana chega a ter engarrafamento de automóveis. Acho que o dia mais cheio que mergulhei, havia mais de cem mergulhadores naquele mesmo ponto. E, em superfície, fica a animação dos que esperam o tempo de superfície para cair na água de novo, e os que não irão mergulhar, pura diversão! Uma boa pedida para o final de semana. A paquera rola solta, o que é bom, uma vez que já perdi namoros por não entender o porquê de tanto mergulho (é quase a mesma implicância com o Futebol do domingo), mas está é outra estória, que já se tornou mito entre os mergulhadores: nós somos eternamente solteiros (as), até encontrar quem tenha o mesmo vício/paixão pelo esporte.
            Os equipamentos são estendidos em lona, as duplas selecionadas, sendo comum a formação de trios, mas não mais que isso, devido às peculiaridades do mergulho nestas duas saídas. Uma vez que as duplas estão formadas, faz-se o breafing geral, pelo mais antigo, como o baixinho da Paranoá Divers, ou o Artur, grande amigo. Na água, o mais avançado decide com o seu dupla o trajeto do mergulho, sempre se deve fazer o planejamento do mergulho nestas duas saídas, sempre! 





           Na saída norte, temos uma navegação com uma leve inclinação em direção ao “meio” do lago que vai de 15 a 20 metros de profundidade, após esta marca, estende-se por toda a barragem um verdadeiro “penhasco” que lhe leva diretamente aos 40 metros de profundidade, um paredão de pedra que está cheio de enroscos, por isso cuidar da equalização, ligar as lanternas e cuidar de seu dupla. Chegando aos 40 metros, existe uma planície de areia ou suspensão, que mergulhadores menos experientes revolvem com suas nadadeiras, diminuindo a visibilidade que já é pouca (geralmente entre 1 a 5 metros). A partir daí, navegar como o combinado, com a ajuda da bússola e dos computadores de pulso. Lanternas sempre! Uma primária e uma secundária nunca mergulhem com apenas uma lanterna, pois lá embaixo não chega nada de luz solar, devido a uma grossa camada de suspensão que fica dos 18 aos 25 metros mais ou menos, barrando qualquer raio solar.
            É um mergulho muito interessante, eu gosto muito. Nele você pode testar seus limites e com o treinamento rotineiro, chegar a um grau de tranqüilidade e segurança que é difícil observar em outros mergulhadores quando vamos para lugares paradisíacos. Realmente, os mergulhadores da barragem do Paranoá se destacam nos diversos pontos de mergulho pelo mundo, devido a estas características, por ter em nosso “quintal” um local excelente para treinamento de mergulhadores.
            Nos períodos de estiagem, a água tende a atingir um maior grau de visibilidade, devido ao sedimento da poeira, o que ocorre de Maio a Setembro. Durante os meses de Dezembro e Janeiro, quando chove muito, ficar atento à profundidade, pois pode chegar a mais de 40 metros, devido ao volume de água no lago.





           

           Bem, para quem acha estranho mergulhar, ou fazer turismo de mergulho em Brasília, pode ter certeza que irá se divertir, e fica aqui o convite para procurar as lojas da cidade, que não se admire, são muitas, e todas com qualidade e excelentes profissionais. Como pode me procurar também, terei enorme prazer em mergulhar com quem tiver interesse, só não esqueçam que é bom ter no mínimo o curso de avançado, ok?!
            O mergulho em Brasília te aguarda mergulhador!

domingo, 26 de setembro de 2010

A Combi do Lago Paranoá, Brasília-DF, Brazil




            


            Vários mergulhadores e, principalmente, não-mergulhadores me perguntam espantados o que é que se tem pra ver em mergulhos no Lago Paranoá em Brasília-DF, quando eu afirmo mergulhar muitos finais de semana lá. Bem, além de ser o meu futebol de domingo, momento de reencontrar os mergulhadores da cidade, há dias que fica lotado de gente, o local é muito bonito para ficar em solo admirando a paisagem e para os que vão soltar borbolhas, há a possibilidade de encontrar a famosa combi, brincadeira de naufrágio em águas doces. Em tempo, o local é quase todo cabeado, não sendo difícil para mergulhadores em nível básico chegar até ela, uma vez que se encontra a uma profundidade segura para este nível.
            Óbvio que para mim, o grande barato de mergulhar no Paranoá é testar o seu limite em profundidade e treinar a sua segurança e tranquilidade em um ambiente sem luz, criar laços com seu dupla pois se têm de navegar lado a lado, muitas vezes de mãos dadas.
            Nestas fotografias, estamos eu e a Deborah Proença, uma de minhas duplas mais assíduas aqui em Brasília, antes do mergulho, removendo os equipamentos, e fotos da combi, que não dá para ver direito e esse é um dos maiores problemas para fotografias subaquáticas no Paranoá, é devido à fácil suspensão, evitando que a sua digital foque no objeto almejado, a coluna de água entre o fotógrafo e o objeto apesar de não ser tão grande é cheia de suspensão que retém o flash e o foco da máquina.
            De qualquer maneira, venho trazer mais um dia de mergulho no Lago Paranoá em Brasília, para os curiosos que não têm idéia do que existe por lá/aqui.

sábado, 25 de setembro de 2010

Primeiros Socorros em Mergulho - "auto-resgate"






Esta é a primeira de uma série de observações e relatos de experiências vividas, sobre o tema Primeiro Socorros em acidentes com mergulhadores e algo a respeito de como age um Mergulhador de Resgate (Rescue Diver), além de protocolos de emergência, etc.
Começo pelo “auto-resgate”. Como em quase todas as situações da vida, você deve conseguir se ajudar/cuidar antes de poder ajudar/cuidar do outro. Em mergulho, a confiança que seu dupla tem em você é muito importante, como o contrário seria interessante também. Para que esta confiança seja mais efetiva, ao ser um mergulhador que se prepara e entende de seus equipamentos e fisiologia para prevenir acidentes, já manifesta uma segurança percebida no seu modo de lidar fora e dentro da água.
Segundo o meu curso de Rescue Diver, feito em Arraial do Cabo-RJ, com a bandeira da PADI, em 2005, o auto-resgate pode ser dividido em três partes: preparação, prevenção e desempenho.
Na preparação, sua auto-suficiência começa com o seu preparo físico e mental. Na prática, quando se mergulha muito (não sei se mergulhei muito, mas até hoje 25 de Setembro de 2010, tenho mais de cem mergulhos logados), observa-se toda a sorte de mergulhadores, digo isto além da língua distinta (sempre se encontram estrangeiros), são homens, mulheres, adolescentes e até crianças, todos com o seu físico diferenciado, uns mais atléticos, outros mais obesos e ainda muito magros. O fato é que, um mergulhador de resgate tem de fazer exercícios regularmente, manter uma dieta balanceada, etc. para que esteja apto para possíveis situações de emergência. E, o que se observa é que a maioria não se exercita, sucumbindo à fome após o mergulho.
            Além de exercícios físicos, a tranquilidade e segurança há de ser obtidas com a manutenção de sua mente sã, incluindo aí estudos contínuos sobre os temas técnicos de mergulho, manter sua autoconfiança, sem exceder limites que podem causar acidentes, conhecer bem os equipamentos de mergulho. Tudo isto lhe traz mais segurança e tranquilidade.
            Na prevenção, basicamente, há de se antever ou ainda atecipar-se a possíveis problemas. Por exemplo, fazer a manutenção de seus equipamentos com freqüência, testando-os sempre antes de qualquer mergulho. Verificar o seu estoque de ar com frequência, dirigir-se á saída com uma reserva de ar mais ampla que o habitual. Reconhecer problemas como esforço excessivo, hipotermia, vertigem, etc.
            Na performance, encontra-se a condição mais subjetiva do auto-resgate, pois aí vão estar envolvidos ações tecnicamente corretas aliadas à calma e rápidas e deliberadas decisões. Para facilitar isto, no meu curso, tenta-se objetivar-se tal etapa com quatro pontos, em caso de alguma situação emergencial:

·         PARE
·         RESPIRE
·         PENSE
·         AJA

Caso não consiga solucionar a situação, pare e repita a operação e, em hipótese alguma deixe de respirar calmamente.

Todo mergulhador cedo ou tarde passa por alguma situação em que ele deverá utilizar-se deste auto-resgate, até mesmo como ajuda primordial ao seu dupla. Eu também já passei por algumas poucas e boas! Mas se você está preparado para ficar simplesmente calmo e respirando vagarosamente, conseguirá contornar a situação, seja ela qual for, sempre há solução, não se esqueçam disso.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Lago Paranoá-DF, Brazil





   Este Blog trata mais da biodiversidade marinha, mas como moro em Brasília-DF, mergulho muito no Lago Paranoá, apesar das dificuldades do mergulho, como altitude, profundidade, visibilidade, artefatos de enrosco, etc., É um local muito útil para nós mergulhadores “viciados” e os que querem obter um bom treino técnico. 
   O melhor ponto de mergulho fica na Barragem do lago, a saída é direto com o equipamento à margem, ou embarcado, onde o ponto de saída fica do outro lado da margem da barragem (este local é interessante para encontrar objetos perdidos por lanchas que passam por lá).
   Trago aqui estas três fotos de um peixe curioso no momento da parada de segurança após um mergulho de 40 metros de profundidade. Estávamos há uns 5 metros neste momento.
   Como é complicado classificar um peixe de água doce, busquei, mas não consegui identificar a espécie, que, com certeza, pescadores achariam graça de eu não tê-lo identificado nem em nome vulgar, mas fica aqui o pedido: caso alguém saiba se é uma traíra, um tambaqui ou uma tilápia juvenil, por favor, me comuniquem, obrigado.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Salema




   A salema, ou Ferrugem, no Ceará, Mercador, no Pernambuco, Sambuari, na Bahia, Arroz com coco, na Republica Dominicana, é da mesma família do sargo-de-beiço e da cocoroca. Seu nome científico, segundo Linnaeus, 1758, é Anisotremus virginicus da família Haemulidae.
   Possui o corpo amarelado com seis a oito faixas longitudinais azuladas da cabeça ao pendúnculo caudal, duas evidentes barras verticais negras, nadadeiras amareladas, sendo que os espécimes juvenis apresentam faixas pretas horizontais no corpo e uma mancha preta arredondada na base caudal (como nas fotos superiores, um adulto e um juvenil).
   Ocorrem nas águas tropicais do Atlântico, sendo observada em todo o litoral brasileiro.
   São nectônicas costeiras de águas rasas, encontradas normalmente solitárias, só em momentos de acasalamento é que se formam grandes aglomerados.
   Devido à sua coloração vistosa é um dos espécimes capturados para aquários domésticos. Permitem boa aproximação dos mergulhadores.

Outros nomes vulgares: Atlantic porkfish (USA), Catalineta (Cuba), Roncador-listado-americano (Portugal).