quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Primeiros Socorros (segunda parte) - Avaliando a Vítima

Após as caracterizações e generalizações de um início, de um primeiro contato do socorrista com o acidente, deve-se agora passar ao segundo passo, talvez um dos mais importantes: AVALIAÇÃO DA VÍTIMA.
Esta etapa consiste em duas etapas básicas, a avaliação primária e a secundária, que se desdobram em outras etapas cada.
A avaliação primária busca detectar problemas que representem ameaça imediata à vida da vítima e que devem ser prontamente corrigidas/atendidas. Em tópicos:
§         Duração máxima de um minuto;
§         Citação médica/socorrista;
§         Identifique-se à vítima. Faça a citação médica/socorrista: “Eu tenho treinamento em primeiros socorros. Posso de ajudar?”;
§         Verifique o nível de consciência da vítima: uma vez a vítima estando consciente passe para a avaliação secundária, caso contrário peça ajuda;
§         ABC (Abrir vias aéreas, Boa respiração; Circulação).

Em sua avaliação primária verifique a permeabilidade das vias aéreas, particularmente em vítimas inconscientes, o comprometimento das vias aéreas se faz presente à custa da queda da língua, causa mais comum quando a vítima está deitada de costas. Presença de corpos estranhos, restos alimentares, sangue, hematomas, são outras possíveis causas para a obstrução das vias aéreas superiores. Tente fazer a imediata visualização da orofaringe e desobstrução das vias aéreas utilizando a manobra do queixo para cima, testa para baixo.

Em seguida, constate se há boa respiração por meio de ver, ouvir e sentir a mesma durante cinco segundos. Se a vítima não estiver respirando, dê duas insuflações lentas (de 1,5 segundo a 2 segundos) e profundas, observando a expansão torácica. Se houver dificuldade na insuflação, reposicione a cabeça e, a seguir, repita o procedimento de duas insuflações. Em adultos, insufle uma vez a cada 5 segundos no caso de parada da respiração.
Se a vítima estiver respirando, execute o controle da coluna cervical manualmente ou com a utilização de colares cervicais até a exclusão de qualquer lesão, mas sempre suspeitando de lesão na coluna cervical em vítimas inconscientes, tais como dormência, paralisia ou dor na região do pescoço.
Outra etapa da primeira avaliação é buscar sinais de vida: respiração e movimentos torácicos, em caso de dúvida cheque o pulso carotídeo. 



Caso os sinais estejam ausentes, inicie as compressões torácicas, localizando o ponto correto para a compressão torácica na linha mamilar, execute 15 compressões em um ritmo de 100 vezes por minuto. Duas insuflações/15 compressões (atualmente existem outras “contagens” para realizar esta etapa, mas o objetivo principal é garantir a vida da vítima até a chegada do apoio especializado, seja a técnica que for utilizada).
Caso possua um desfibrilador semi-automático portátil próximo á vítima, utilize-o, mas só se for treinado para tal, caso contrário fique nas compressões e insuflações.
A avaliação secundária só tem início quando a primária está completa. Nesta avaliação, a vítima é examinada/avaliada completamente da cabeça aos pés. Dados na história do indivíduo devem ser colhidos e registrados, mas lembre-se que, em muitos casos, apesar da primeira avaliação ter deixado a vítima estável, esta não conseguirá lhe fornecer nenhuma informação. As principais perguntas que devem ser feitas são: “possui alergia?”, “toma medicamentos?”, “alguma doença/histórico relevante, preexistente?”, “líquidos e alimentos? Hora da última refeição?”, “o que está sentindo? Aconteceu alguma coisa antes de passar mal?”, “está doendo? Onde? Como é essa dor?”.
Faça então um exame físico na vítima, realizando inspeção/observação/questionamentos, palpação e ausculta, sendo realizadas cuidadosamente, incluindo: cabeça, pescoço, tórax, abdome, sistema musculoesquelético, neurológico e reavaliação.

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