quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Estrelas-do-mar





fotografada em Porto Seguro-BA


As populares estrelas-do-mar são, praticamente, conhecidas por todos. Elas são muito variadas em formato, mobilidade, cores, podendo, como no caso da estrela coroa de espinhos (Acanthaster planci), possuir mais de trinta braços, infelizmente nunca topei com uma e por isto não a fotografei, por curiosidade coloco uma foto que, infelizmente, não consegui recuperar o nome do autor da fotografia que estava disponível no Google Imagens.

Elas são do Filo dos Equinodermos, um Filo quase que exclusivamente marinho e apesar de sua aparência primitiva, abrange os invertebrados mais evoluídos do Reino Animal, sendo encontrado em todos os oceanos do planeta. Este Filo é dividido em cinco classes, uma delas já foi citada anteriormente neste blog que é a classe dos Equinóides, dos quais os representantes mais conhecidos são o ouriço-do-mar e a bolacha-da-praia. No caso das estrelas-do-mar, a classe é a dos Asteróides.

A classe dos Asteróides possui geralmente o corpo dividido em cinco braços a partir de um disco central, com algumas exceções como a da coroa de espinhos. Habitam todos os mares, em profundidades variadas, sendo ativos caçadores, a despeito da maioria das pessoas pensarem que as estrelas-do-mar, devido ao seu movimento um tanto limitado, não seriam predadoras, mas são e muito ativas. Alimentam-se principalmente de moluscos bivalves (mariscos e mexilhões), que abrem suas conchas com a força de seus braços. Não raro são vistas com o estômago pra fora digerindo suas presas.

Em mergulhos pelo Brasil, podemos encontrar muitos tipos de estrelas-do-mar, o que me chamou mais a atenção foram as enormes estrelas-do-mar de cor amarelada, que não consegui identificar a espécie, aliás, perdoe-me leitor, mas não consegui identificar nenhuma no nível de espécie, e as vermelhas de cor muito viva nos corais de Pernambuco, provavelmente se alimentando do próprio coral.



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Primeiros Socorros (segunda parte) - Avaliando a Vítima

Após as caracterizações e generalizações de um início, de um primeiro contato do socorrista com o acidente, deve-se agora passar ao segundo passo, talvez um dos mais importantes: AVALIAÇÃO DA VÍTIMA.
Esta etapa consiste em duas etapas básicas, a avaliação primária e a secundária, que se desdobram em outras etapas cada.
A avaliação primária busca detectar problemas que representem ameaça imediata à vida da vítima e que devem ser prontamente corrigidas/atendidas. Em tópicos:
§         Duração máxima de um minuto;
§         Citação médica/socorrista;
§         Identifique-se à vítima. Faça a citação médica/socorrista: “Eu tenho treinamento em primeiros socorros. Posso de ajudar?”;
§         Verifique o nível de consciência da vítima: uma vez a vítima estando consciente passe para a avaliação secundária, caso contrário peça ajuda;
§         ABC (Abrir vias aéreas, Boa respiração; Circulação).

Em sua avaliação primária verifique a permeabilidade das vias aéreas, particularmente em vítimas inconscientes, o comprometimento das vias aéreas se faz presente à custa da queda da língua, causa mais comum quando a vítima está deitada de costas. Presença de corpos estranhos, restos alimentares, sangue, hematomas, são outras possíveis causas para a obstrução das vias aéreas superiores. Tente fazer a imediata visualização da orofaringe e desobstrução das vias aéreas utilizando a manobra do queixo para cima, testa para baixo.

Em seguida, constate se há boa respiração por meio de ver, ouvir e sentir a mesma durante cinco segundos. Se a vítima não estiver respirando, dê duas insuflações lentas (de 1,5 segundo a 2 segundos) e profundas, observando a expansão torácica. Se houver dificuldade na insuflação, reposicione a cabeça e, a seguir, repita o procedimento de duas insuflações. Em adultos, insufle uma vez a cada 5 segundos no caso de parada da respiração.
Se a vítima estiver respirando, execute o controle da coluna cervical manualmente ou com a utilização de colares cervicais até a exclusão de qualquer lesão, mas sempre suspeitando de lesão na coluna cervical em vítimas inconscientes, tais como dormência, paralisia ou dor na região do pescoço.
Outra etapa da primeira avaliação é buscar sinais de vida: respiração e movimentos torácicos, em caso de dúvida cheque o pulso carotídeo. 



Caso os sinais estejam ausentes, inicie as compressões torácicas, localizando o ponto correto para a compressão torácica na linha mamilar, execute 15 compressões em um ritmo de 100 vezes por minuto. Duas insuflações/15 compressões (atualmente existem outras “contagens” para realizar esta etapa, mas o objetivo principal é garantir a vida da vítima até a chegada do apoio especializado, seja a técnica que for utilizada).
Caso possua um desfibrilador semi-automático portátil próximo á vítima, utilize-o, mas só se for treinado para tal, caso contrário fique nas compressões e insuflações.
A avaliação secundária só tem início quando a primária está completa. Nesta avaliação, a vítima é examinada/avaliada completamente da cabeça aos pés. Dados na história do indivíduo devem ser colhidos e registrados, mas lembre-se que, em muitos casos, apesar da primeira avaliação ter deixado a vítima estável, esta não conseguirá lhe fornecer nenhuma informação. As principais perguntas que devem ser feitas são: “possui alergia?”, “toma medicamentos?”, “alguma doença/histórico relevante, preexistente?”, “líquidos e alimentos? Hora da última refeição?”, “o que está sentindo? Aconteceu alguma coisa antes de passar mal?”, “está doendo? Onde? Como é essa dor?”.
Faça então um exame físico na vítima, realizando inspeção/observação/questionamentos, palpação e ausculta, sendo realizadas cuidadosamente, incluindo: cabeça, pescoço, tórax, abdome, sistema musculoesquelético, neurológico e reavaliação.

sábado, 2 de outubro de 2010

Primeiros Socorros Geral - 1ª Parte




Como Rescue Diver e cidadão, mantenho atualizado meu curso de Primeiros Socorros (PS), o que seria recomendável a todos os cidadãos num país civilizado. Nesta série de prestar socorro em acidentes marinhos, vou escrever sobre as regras básicas e gerais de um atendimento de PS num ambiente generalizado, fora ou dentro da água, os procedimentos são quase os mesmos, as diferenças serão tratadas à medida que a série sobre PS e resgate em mergulhos continue:

Primeiro socorros são os procedimentos iniciais prestados a uma vítima de um acidente que coloque em risco a vida do sujeito, executados por indivíduo treinado, até que a vítima, caso seja necessário, receba atendimento especializado. Tem como objetivos principais manter a vida da vítima e evitar o agravamento de lesões preexistentes. Podem fazer a diferença entre a vida e a morte, reabilitação precoce e a internação hospitalar prolongada, entre sequelas temporárias e permanentes.

REGRAS BÁSICAS:
§        Conheça o serviço médico de emergência responsável pela área de sua cidade (no caso do Brasil fica a emergência pública fica a cargo do SAMU - O SAMU/192 faz parte da Política Nacional de Urgências e Emergências, de 2003, e ajuda a organizar o atendimento na rede pública prestando socorro à população em casos de emergência.);
§         Saiba como acionar o sistema (SAMU no Brasil), conhecendo o telefone, no caso o 192;
§         Aprenda a reconhecer quando existe uma emergência;
§         Ao tomar conhecimento de uma emergência, dirija-se rapidamente ao local;
§        Caso você seja o indivíduo com maior experiência em PS, assuma a responsabilidade até a chegada da equipe especializada;
§         Disponha de um kit de PS;
§         Faça treinamentos regulares para aumentar sua confiança e conhecimentos;
§         Frente ao acidente não se desespere;
§         Não movimente a vítima, salvo quando for absolutamente necessário;
§         Assuma que toda vítima é portadora de doença contagiosa e utilize seus recursos presentes em seu kit de PS como óculos de proteção, luvas, máscara, gorro, avental, etc.;
§         Evite contato direto com a pele, mucosa, sangue, fezes ou qualquer fluido corporal;
§         Evite ferir-se com vidro, ferragens, escombros ou outros objetos cortantes;
§         Mantenha cuidado total com a vítima;
§         Aprenda a remover as barreiras evitando contato com a pele e/ou mucosa;
§         Lave as mãos adequadamente após o socorro;
§        Todo material utilizado deve ser considerado material hospitalar e ser recolhido com cuidados especiais e destinado a local apropriado;
§         Limpe as superfícies contaminadas com desinfetante ou Hipoclorito de sódio (água sanitária) a 5%;
§     Caso suspeite de exposição a algum agente, contate a Secretaria Municipal de Saúde imediatamente.

AVALIAÇÃO DA CENA DO ACIDENTE (o objetivo é preservar a segurança do socorrista e auxiliar no diagnosticadas lesões sofridas pela vítima):
§         Aproxime-se do cenário com cuidado. A sua segurança (socorrista) é a prioridade número um;
§         Considere as limitações de seu treinamento e não se arrisque (não se torne vítima);
§        Faça sinalização e isolamento da área (com o que encontrar no local, como galhos de árvores, por exemplo);
§         Permaneça alerta;
§         Considere perigos desconhecidos que não possam ser neutralizados;
§         Pense na sua autoproteção (utilize sempre seus materiais de proteção);
§         Procure descobrir o mecanismo de trauma;
§        Classifique a(s) vítima(s) de acordo com o número, tipo de tratamento necessário e os recursos disponíveis;
§         Peça auxílio imediatamente;
§         Tente organizar o atendimento com outros voluntários;
§         Caso já exista socorro especializado, ofereça sua ajuda sem interferir no atendimento.

COMO CHAMAR POR SOCORRO (ligue para o serviço de emergência e forneça as seguintes informações):
§         Seu nome;
§         Número de telefone de onde está ligando;
§         Tipo de ocorrência pre-hospitalar;
§         Local exato da ocorrência;
§         Número de vítimas;
§         Problemas encontrados;
§         Ações que foram tomadas;
§         Fale devagar e com muita clareza;
§         Não desligue o telefone antes do atendente autorizar.



quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mergulhando em Porto Seguro-BA, Brazil

mestre da embarcação



Leo - Leonardo (Dive Master)                                                      

                                                                        

                 Daniela                                                                        
                                                                                               Israel 

 Eu (Rescue Diver)


Porto Seguro situa-se na região sul do estado da Bahia e faz parte da costa brasileira conhecida como a costa do descobrimento, onde, historicamente, os portugueses teriam desembarcado no Brasil em 1500. O município conta com as localidades de Arraiald’Ajuda e Trancoso, famosas por suas lindas praias e agitada vida noturna. O local é muito conhecido e visitado tanto por brasileiros como estrangeiros, celebridades do mundo artístico e cultural passeiam tranquilamente pelas calçadas de Arraial.
O melhor ponto para a atividade do mergulho é o Parque Municipal Recife de Fora, criado por lei em 1997 e protegido como área de preservação permanente. Localizado a cinco milhas da costa, ocupa uma área de 17,5 quilômetros quadrados e tem profundidade  média de seis metros. Com máscara e snorkel é possível observar a diversidade marinha da região, que reúne entre 16 e 18 espécies de corais raros, peixes, moluscos e tartarugas. As embarcações partem do Cais da Tarifa, em frente à Passarela do Álcool, e também da Ponta do Mutá, em Santa Cruz Cabrália. A maré não bate muito então os menos sensíveis não tem a necessidade de tomar algo para o enjôo.
Mergulhei por dez dias com o pessoal da Aquaplanet, Rua do Cais, 69 - Centro - Porto Seguro, BA. Telefone (73) 3268-1499.  Empresa credenciada da PADI que pertence a um amigo e que fora recomendada já aqui em Brasília pelo Ricardo.
Os pontos de mergulho no parque são: máscara, ponta do ponteiro, pedra da garrafa, canal, cantinho e outros, como naufrágios que ficam distante do parque.
Comecei o curso de Dive Master por lá, o que pretendo concluir aqui em Brasília. Minhas atividades nas saídas foram desde mergulho de turismo, até acompanhamento de check outs.  
A biodiversidade do local me deixou refletindo sobre como é sensível o nosso meio ambiente, pois constatei que os corais, em geral, fora as exceções dos exuberantes gigantes e galhados, estavam em recuperação, acredito que fruto da ação de ONGs locais que buscam a proteção dos corais especificamente, depois de décadas de depredação com turismo de “quintal”. Os peixes na época que fui, março, não eram grandes, a maioria na fase juvenil, como se fosse uma espécie de “creche” marinha, isto em todos os pontos que fui (20 mergulhos), salvo exceções como enormes lagostas, os parus, mas nada de tubarões, raias, tartarugas ou outra espécie mais procurada.
A profundidade dos mergulhos não passa dos 15 metros, um pouco decepcionante para mim que gosto de mergulhos profundos, mais melhor para a prática de fotografia, o que aproveitei bastante, retornando com mais de mil fotos e vinte filmes. A visibilidade nesta época também não era muito boa, variando de 5 a 10 metros. A temperatura da água ficou entre, o mínimo de fundo em 22ºC e a máxima na superfície de 30º C, ou seja, nada de roupas muito espessas, podendo mergulhar de sunga sem problemas.
Destaque para os pontos de Cantinho – maior biodiversidade em relação aos outros, e ao do Pedra da Garrafa – com formações labirínticas formadas pelos corais e vários túneis para diversão (cuidado com os corais para não machucá-los).
Depois dos dias de diversão e ralação, com direito até a festa de aniversário a este mergulhador (31 de março), óbvio ficar aquela saudade dos amigos que fazemos e as risadas que trocamos por várias situações de mergulhadores de única vez (que fazem o tal batismo e, apesar de nunca mais mergulhar, coloca adesivo da bandeira de mergulho no carro e conta a grande aventura que teve ao descer tantos metros em alto-mar), que geralmente enjoam e/ou entram em pânico e não conseguem mergulhar. Óbvio também que temos que manter a seriedade e calma pra ajudá-los no que for necessário.
Leonardo, chefe da equipe, Nido, capitão da embarcação, Rafael, Israel e Daniela, figuras que deixo aqui o meu abraço e apreço, marcados nas fotografias, com certeza iremos mergulhar mais vezes, noutros pontos ou nos mesmos, mas sempre mergulhando! Caso me lerem, digam ao Nido que cumpri a promessa (risos).




Eu, Rafael, Nido e Israel
no dia de meu aniversário 31/03/2009